Assim como o Flamengo precisa de Dorival Júnior.O treinador que lançou para o mundo o grande Santos de Neymar e Ganso em 2010, tem de recuperar prestígio.
O jogador sério, compenetrado, compensava seu médio potencial com liderança.
Foi assim que acabou se impondo principalmente no Palmeiras, onde ficou sete anos.
Atendia por Júnior.
E era mais conhecido como o sobrinho de Dudu, também volante que marcou época ao lado de Ademir da Guia, na Academia.
Junior assumiu o nome Dorival ao virar treinador.
Sua característica mais forte como é montar equipes competitivas, com forte poder de marcação e velocidade no ataque.
Táticamente, Dorival tem se mostrado moderno, inteligente.
Mas tem tido problemas graves de relacionamento com os jogadores.
Parece até castigo.
Depois de ter domado Carlos Alberto no Vasco, só encontrou jogadores difíceis que atrapalharam sua vida.
Foi assim no caso mais clássico, com Neymar no Santos.
Ele havia vencido o Paulista e a Copa do Brasil.
Estava preparando o time para a Libertadores no Brasileiro.
Quando Neymar quis bater um pênalti contra o Atletico Goianiense.
Dorival não deixou.
O menino mimado veio à tona na Vila Belmiro.
O atacante xingou o treinador de todos os nomes possíveis, um vexame.
Na verdade, pouca gente sabe que ele já estava com raiva por ter sido duramente repreendido pelo treinado por ter chegado às três da manhã na concentração com Ganso e Madson.
Neymar tirou a forra da dura desmoralizando Dorival.
O treinador tentou punir o jogador e acabou demitido por Luís Álvaro.
Acabou indo para o Atlético Mineiro.
Substituiu Luxemburgo que fez um trabalho péssimo.
O time estava no caminho do rebaixamento no Brasileiro.
Dorival conseguiu salvá-lo.
Mas acabou se desgastando com o elenco.
Pediu reforços para o presidente Alexandre Kalil e eles não vieram.
O técnico acabou exposto diante do grupo de atletas.
O confronto acabou em uma saída deprimente do clube.
Na sua vida surgiu o Internacional.
A diretoria conseguiu muito dinheiro para montar uma grande equipe.
O sonho era a conquista da Libertadores de 2012.
A vaga em 2011 foi conquistada.
Mas com Dorival, o time nunca conseguiu jogar bem como os dirigentes e torcedores sonhavam.
Para piorar a situação, ele teve uma briga crônica com o argentino D'Alessandro.
O meia passou a prejudicar o seu trabalho, o jogando contra os companheiros, torcida, imprensa.
Dorival não teve como enfrentar o ídolo do time.
Seu emprego ficou comprometido com a eliminação da Libertadores para o Fluminense.
Era só uma questão de tempo a demissão.
E ela veio depois de o time ser humilhado em pleno Beira Rio diante do Atlético Mineiro de Ronaldinho Gaúcho.
Nesta partida, D'Alessandro foi expulso ainda no primeiro tempo e prejudicou o time e, principalmente, Dorival Júnior.
A direção não teve o menor constrangimento em mandar Dorival Júnior embora.
Nem levou em consideração a postura do argentino.
O treinador não ficou nem uma semana desempregado.
A sua saída no dia 20 e hoje, 26 de julho, foi confirmado como o treinador do Flamengo.
Patricia Amorim ofereceu R$ 450 mil para o técnico e sua comissão.
Bem menos do que os R$ 600 mil que Dorival e seus auxiliares recebiam em Porto Alegre.
Mas dinheiro é o que menos importa.
Tanto para o clube carioca, com mais de R$ 450 milhões em dividas.
Ou para o treinador de 50 anos e moral baixa.
Dorival precisa mostrar afinal a que veio.
Se é um treinador para clubes médios, sem estrutura para equipes grandes e seus jogadores mimados, como Neymar e D'Alessandro.
Ainda dá tempo para provar que merece confiança como o técnico competente que demonstrava ser.
A aposta está feita.
Os jogadores flamenguistas cansados do ultrapassado Joel Santana saudaram Dorival com entusiasmo.
Também querem reagir no Brasileiro.
Estão desmoralizados pela fraca campanha, pelo vergonhoso ano.
Dorival Júnior e o time do Flamngo precisam um do outro.
Têm de parar de passar vexames.
Já sofreram muito nos últimos tempos.
A hora da reação é essa.
Que juntem forças.
E, principalmente, parem de decepcionar em quem acredita nos dois...
